
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, vai apresentar-se esta quarta-feira com urgência perante o Congresso em consequência da crise política gerada pela declaração equivocada de Pedro Sánchez sobre o processo de descolonização do Sahara Ocidental. Ainda antes da data, vários deputados e senadores aproveitaram o trabalho parlamentar de terça-feira para condenar a decisão e vestir as cores da bandeira saharaui.
Num debate sobre a extensão da licença de maternidade ou paternidade nas famílias monoparentais, a porta-voz adjunta da United We Can no Congresso, Sofía Castañón, quis mostrar o apoio do grupo confederal da United We Can aos representantes do povo saharaui que estavam na tribuna dos convidados do hemiciclo. Entre os presentes estava o Delegado da Frente Polisario em Espanha, Abdullah Arabi, que agradeceu a este e a outros grupos políticos as manifestações de afecto recebidas antes e durante a sessão plenária.
“Quero transmitir-vos o firme compromisso com o Sahara Ocidental porque é uma questão de responsabilidade histórica, coerência e memória”, afirmou Castañón sob aplausos dos seus colegas do grupo confederal, que aproveitaram o fim da intervenção para retirar várias bandeiras da República Árabe Saharaui Democrática em hemiciclo completo.
Também na câmara alta, o Senado, houve proclamações e cartazes a favor do povo saharaui. Durante a sessão, o senador valenciano da formação Compromís, Carles Mulet, retirou várias bandeiras e cartazes que diziam “Sahara Livre”, antes o representante político qualificou o primeiro-ministro como um “traidor” por apoiar Marrocos.
A imagem destaca as lacunas entre a política unilateral de Pedro Sánchez e o grosso da classe política espanhola, crítica não só da forma mas da substância por ter traído o povo saharaui.