Direitos humanos em Marrocos, dez exemplos de repressão e censura
Ameaças, espionagem, constantes processos, prisão após julgamentos injustos e até violações e tortura. É tipo de assédio do Governo marroquino contra ativistas, jornalistas, manifestantes, saharauis ou académicos. Através dos dez casos que detalhamos, destacamos a situação delicada que o país vive e a necessidade de se valorizar a defesa dos direitos humanos. A liberdade de expressão é uma miragem para quem ousa criticar as políticas do país sob o reinado de Mohamed VI.
1. Sultana Khaya, violada pelo seu ativismo

Após um ano de prisão domiciliaria, na sua casa em Bojador, no Sahara Ocidental, em 15 de novembro de 2021, as forças de segurança marroquinas entraram na casa de Sultana Khaya e violaram-na. Abusaram também sexualmente das suas irmãs e da sua mãe, uma senhora de 80 anos. Não foi a primeira vez que esta conhecida defensora do direito à autodeterminação do povo saharaui viu os agentes marroquinos invadirem a sua casa, nem a primeira vez que ela e a sua família foram por eles agredidas.
As constantes perseguições a este ativista mostram a resposta do governo marroquino aos protestos pacíficos do povo saharaui. Felizmente, Sultana conseguiu fugir para Espanha onde foi tratada dos seus problemas de saúde.
2. Rida Benotmane, preso por protestar nas redes sociais

“Insultar um órgão regulamentado por lei”, “insultar funcionários públicos no cumprimento do seu dever” e “divulgar e distribuir informações falsas sem consentimento”. Esses são os crimes pelos quais Rida Benotmane é acusado e pelos quais foi preso, ficando vários meses a aguardar sentença. Na realidade, Rida apenas postou vídeos nas redes sociais que incentivavam à participação numa manifestação contra os abusos das forças de segurança ou criticava as autoridades por ignorarem os apelos de justiça social.
Este membro da Associação Marroquina para a Defesa dos Direitos Humanos (AMDH) já tinha cumprido quatro anos de prisão e está em greve de fome para protestar contra a sua detenção.
Fonte: Amnistia Internacional — Espanha
Por: Por Alberto Senante (@asenante), responsável dos Média da Amnistia Internacional